Quizás Quizás Quizás


 

"Siempre que te pregunto, que cuándo, cómo y dónde. tu siempre me respondes/ quizás, quizás, quizás" Tomatinho cereja. Aqueles cogumelos que, de tão lindos, dá vontade de colocar num quadro. Como é difícil falar o nome daquele pão. Gatos, numa serenata de amor no telhado vizinho. Algumas noites despertam distintos quereres. Como pés lambidos na espuma sem pulos. Ondas geladas. Capricho em noite de lua laranja. Fuga pro paralelo, servido em bandeja de bar. Desejo. Não só. Junto. Nas construções que permeiam planos futuros. Sopa de legumes que nem gosto. 

Escolho palavras. Com o cuidado de quem colhe flor que desmancha. Nem sempre. Tormenta. Na ira do que ferve por dentro. No vocabulário chulo. Das bocas sujas e vermelhas, minha cor preferida. Das brigas de bar. Do cais. Mesas de escritório e suas gravatas. Da lama. Mas não se engane, sou suave. Pluma e nuvem. Doce e véu. Ambas. As vezes sou grande. não caibo. Caixa de música não é palco pra bailarina.

Misturo os assuntos. Penso nas cascas de laranja que quero colocar pra secar. Cafuné com café. Arrumo as meias do pequeno. A gaveta, primeira, já foi vencida. Como farei com o papel de parede da cozinha? O tempo é vilão e condutor de destino. Duas plantinhas morreram. Como morre o que a gente não cuida direito. Fantasmas e questões mal resolvidas destroem pés de amor e de framboesa. São quase iguais. Florescem, dão frutos, perfumam, enchem de possibilidades tudo o que permeiam. 

Escrevo com letra de máquina. Minha mãe tinha uma. Sumiu. Rascunhava poemas aos quinze. Um início do caminhar na estrada ao se cobrar perfeição. Uma letra errada e fim. Recomeço. O que hoje não me assusta. Tanto. Só bastante. Mas o meu pote de coragem é maior, com tarja de várias cores. Antes, não. Nem tinha pote. Só a sensação gigante de não pertencer. E poemas em letra vermelha, minha cor preferida. Algumas coisas não mudam. Outras são presente. Que eu viva e desembrulhe. Sendo sempre real. 






Comentários

  1. Ah, que delícia saber que você está por saui; joguei no Google, porque bateu vontade de ter notícias tuas, já que seu blog foi um dos primeiros que eu acompanhei.
    Lembro do seu tempo de faculdade de arquivologia, enfim, que bacana te reencontrar.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas