O importante é sentir


 

Enquanto se tentava entender quem era o mocinho ou o vilão, te olhava de lado, sorrateiramente. Atenta a detalhes. Construindo memórias. Imaginando futuros. Desatando o laço do presente. Sentindo o que não tinha como pegar na mão - pairava no ar. Então, mais uma vez, vi coração bandeja. Com nome, sobrenome e telas penduradas pela sala. Pinta a nossa vida de todas as cores? Pra mostrar brilho e fome. Projetar sonhos esquecidos. Usar fita 3M. Aposentar a furadeira. Tenho medo do encanamento.

Dentro das nossas possibilidades parcas, o afeto expande feito balão de gás. Com lista de desejos. Café da manhã quentinho. Lua laranja num mar calmo. E a possibilidade de voar alto, feito quando escapole da mão de criança. Busca o céu, horizonte, infinito. Que é onde mora o gigante do pé de feijão. Será que encontraremos a galinha dos ovos de ouro? Já encontrei tesouro. O sorvete napolitano que o diga. 

Na live da Gal, que embalou minha tarde, Caetano disse: "te desejo felicidades e nenhuma dor". Existe algo que não tenha no calcanhar a possibilidade dar dor de uma flecha atravessando o peito? Onde esta a garantia de devolução do seu dinheiro caso haja um coração partido? A assinatura é em duas vias? A minha guardo em cofre fechado. Pra não derramar café ou suco. Emoldurar. 

Num sorriso leve, daqueles que a gente quer no rosto pra sempre, a magia se transforma em promessa. Acolho o que tanto julgo. Guardo bilhetes em caixa de chocolate. Vislumbro estrelas cadentes em noite fresca. Acredito, mesmo que em pânico pelo medo da dor. E entendo que sim, o importante é sentir. 



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