Cartola nas juntas do redemoinho que dançamos por amor




Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, sombras do que ainda é madrugada, noite a dentro cai orvalho. Nas folhas de plantas que verão o verão chegando. Num sol que  já anuncias a hora de partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar. O tic tac , do relógio de parede, relíquia mineira de um tempo onde o cheiro do café era anúncio de pés descalços rumo ao rio. Preste atenção querida, embora eu saiba que estas resolvida, arco iris, duendes, véus, mãos dadas em praças de cidade com Z, são planos em caderno de capa preta, ainda em branco, sem sequer um a. Permeiam milhares de caracteres, letras de músicas, sobremesa com cara de gatinho, e um tanto de querer com talvez que junta Cazuza, num exagero ariano e soberano de se dar.


Em cada esquina cai um pouco a sua vida, e em pouco tempo não serás mais o que és. Meu mar avança lambendo seus pés. Redemoinho de borboletas, vinho tinto, porta entre aberta, estrada infinita, mantinha pra esquentar o colo em dias frios. Ouça-me bem amor, preste atenção o mundo é um moinho. Morros de ventos uivantes. Clássicos de cinema numa segunda, aos quinze debutante, achando que o amor vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões á pó. Acredite, vai. Mas você vai recolher o que sobrar, costurar uma almofada linda pro sofá, ligar pra uma amiga querida e dizer: vamos, ainda há tempo de sobreviver. 


Preste atenção querida, de cada amor tu herdaras só o cinismo, além de uma bagagem com selos, carimbos, uma marca ali, outra acolá. Um tanto de conhecimento e dor. Alguma culpa, muito gozo, caso não finja (não vale a pena, a vida é pouca, louca, pequena), uns descasos, fotografias manchadas, poesias e declarações bêbadas de como você poderia ser o grande amor da vida. Poderia. E talvez seja, viu? Talvez seja. O colecionar de afetos, desafetos e corações partidos. Numa festa de encontros e desencontros, sem finais. 

Quando notares estas a beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés. Pra dar meia volta e recomeçar. 

 

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