Romance em doze linhas. o que pode sempre ser mas não é. Até que seja.
Fiz quindim. Ziriguidum. Caneca vermelha, de café, da mesa
ao lado. Dancei juntinho. Aquele trechinho de música que quase dá pra pegar a
faca e ultrapassar o coração. Que sorriso lindo você tem. As pintinhas no
peito. Garganta coçando. Alergia do ventilador. Mas não é certo tentar te
encaixar no quebra cabeças que montei pro que me atende e aplaca a dor. Mesmo
que eu queira. Mesmo que não acredite e, use o humor, pra esconder um monte de
coisas mal resolvidas. Antes mesmo do
lençol esfriar, já sei que não será. Talvez porque seja bom demais. Ou, porque
é só mesmo o buraco que preciso encher. De amor, atenção, afeto e pudim. Que de
uma certa forma, enche.
Sua cabeça vindo na direção da minha mão, enquanto eu fazia
cafuné, me deu um “coiso” por dentro, sabe? Uma vontade de ser você o cara que
vai me levar pra pular em água gelada de cachoeira. Me mostrar a diferença
entre bíceps e tríceps. Apresentar uns autores novos. Umas piadas bestas. A
viagem incrível do final de semana. Ou, talvez, a mania estranha de piscar
antes de espirrar. Que fosse você a me olhar com olhos de admiração. Desejo
latente. Orgulho. E, se possível, fosse expert em furar parede. Pra colocar todas as plantas e prateleiras
que quero pra casa. Que não só de amor vive uma relação. Tem essa parte ai. Mas
tem, também, bolo de fubá. E é bem bom.
A chuva lá fora, intensa feito meu coração destemido, deixa
o dia cinza. Pela janela, vejo prédios sem vida e lembro do rapaz, que mora
pertinho do japonês que vou com o Lu, e é de aquário. Tem cara de quem precisa
de rumo. E desconta a desilusão em noitadas. Fala comigo, com voz de sono e
responde as mensagens depois de dias. Era promessa de noite de eclipse. Mas
virou olhar de compaixão por corações despedaçados. Eu gosto dele. E desejo
aconchego pro corpo cansado, um sofá novo pro apartamento provisório e cerveja
na geladeira. Ele merece.
Descobri a Bruna Beber, hoje. E me peguei pensando em como
não a conhecia. Em como deixei passar esses livros todos. Em como tem tanta
coisa lá fora passível de êxtase. É olhar com atenção, buscar com desejo,
receber com coração aberto. Um mundo inteiro. Infinitas possibilidades. Um monte
de tudo. Que pode encaixar, repelir, remoer, fazer um vendaval interno, mas que
muda quem você é. Eu to aqui!
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