Eu acolho que não posso mudar. E maldigo o que não consigo aceitar.



Tim Maia canta bom senso. E me questiono, como sempre,  se o meu é relativamente aceitável.
Que fingir ou atingir bom senso é pros fortes. E tem horas que o peso das coisas pega a gente com força.
Contrabalanceando os avisos de cuidado com o carnaval e pedindo pra amiga comprar saia de tule preta.
Encomendo o bolo. Peço brigadeiros no potinho. Junto as moedinhas da casa. Como biscoito de limão.
E ando numa irritação que não sei se é acúmulo de sono, tensão sexual ou hormônio. Mas pode ser raiva mesmo. Do papel de idiota que faço de vez em quando.

Ando exigindo o que tenho direito. Só nos últimos dois dias. Às vezes não tem muita coerência por aqui.  E ler Bukowisk me mostra o que não quero viver.
Ainda bem. Não tem espaço pra isso na casa clara e de janelas amplas que, um dia, quero viver. Vou depositar 30 reais na poupança. Já dá pra comprar uma fechadura. Ou, pelo menos, três espelhos de tomada. Sonho se constrói aos poucos. Um dia de cada vez. Até que eles mudem. Já não me importa tanto a batedeira que um dia eu tanto quis.

O café aumenta ansiedade. Eu encho a xícara. Medo é coisa que tenho de monte. Mas tem lança, escudo, coragem e dragão pra me defender.
Odoya, ou seja o que Deus quiser. Tudo permeia e cobre de significado o que abrange minha vida. O cristal está do lado da cama. Molhei a planta de manhã. Quero uma Comigo Ninguém Pode na porta de casa. E limpar o chão que esta grudando. Parou de entrar passarinho. Ufa. Uso calcinha linda pra vir trabalhar. Preciso fazer o quadro de desejos. A pizza ficou salgada. Meu filho tomou litros de água e senti culpa. Dormi agarrada. O cheiro dele e a entrega no meu peito, me acalentam. Ele acredita e confia em mim. preciso não decepcionar. Talvez consiga. Mesmo achando improvável.

Contando segundos pro som de corpos felizes na rua. De brilho e fantasias incríveis. De arte, suor, sorrisos, alegria e preenchimento. Alalaô é prece. Música boa, também. To cheia de livros e tá me dando agonia. Preciso de vinho. E acender palo santo. Quero cachoeira de novo. De água gelada, feito a piscina que entrei no museu realizador de expectativas. Das que crio pra comprar shampoo. Ai dele se não me entregar o cabelo liso, com brilho e volume adequados. Reclamo, maldigo, uso pra lavar o vaso. Boto na sarjeta. Acho que meu coração é ruim. Ou vaidoso. Ou equivocado. Ou cheio das questões mal resolvidas. E que se foda. Aceitar é moeda que dá pra pagar. E pago vendo fotos no Pinterest. Bebendo cerveja com amiga amada. Escolhendo tatuagens que preciso de uma super grana pra fazer. E ansiando fazer valer o que importa. Eu quero fazer diferença. Sentar no sofá. No colo. Pra ser.

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