Não é pra ter medo, mas a gente tem.




Achei seu mapa astral.
Era uma piada, das mais sem sentido.
Cantei a música olhando nos seus olhos, e em um inglês tão perfeito, que nem eu me reconheci.
A casa tinha cheiro de pano molhado e água sanitária.
Ainda não acabou. Mesmo que eu tenha feito aquele lance de divórcio energético, sabe?
Penso em você todos os dias. E tenho tido dificuldades em acreditar que exista alguém que ainda valha a pena.

Minha amiga voltou de viagem.
Sambei, sorri e conversei sobre a vida e todas as porradas que a gente leva, com meninos leves e livres de 18 anos.
Um deles me chamou de tia. E obrigamos a me pagar uma cerveja, só por isso.
Então mandei áudios. Voz tropeçando. Risadas e Ivone Lara ao fundo. Que a vida é de uma poesia tão profunda que dá medo.
Ah, deixei de seguir. E quero bloquear. Pois tempos modernos deixam ausências sem despedidas. Quero mais é que você se foda.

Preciso de uma calcinha preta. Ainda não paguei o aluguel. Agendei outro samba. Quero plantas e um bom punhado de amor próprio.
Onde compra essa porra? Quem é o meu santo na Umbanda? Estou tão curiosa pra saber. 

Sabia que semana passada conheci uma pessoa que não gosta de abraço? Comi bife de fígado. Me obriguei. Fico achando que preciso de vitaminas. Sei lá. Mas foi só um pedacinho. Tomara que tenha sanado o que me falta. Pouco provável, eu sei. No horóscopo dizia: “Librianos precisam estar envolvidos e apaixonados pra se sentirem felizes”. Por que não nasci Aries? Seria mais fácil.

Você é um idiota. Mas sempre me disse que era.
E a raiva que sinto de você, na verdade, é uma raiva gigante de mim mesma. De ter acreditado. Eu queria MUITO acreditar. Mesmo tendo todos os sinais.
A síndrome de ansiedade. O desgaste emocional. O peso do que não recebia em troca. As migalhas. Será que foi pra pasta dos aprendizados?

Que tenha ido. Pra que não seja recorrente. Pra que não machuque mais. 

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