Sou Espelho. Reflito!


Tem exposição do Basquiat no CCBB. A mesma que vi em São Paulo. Em um final de semana tão cheio de vontade de acerto ,que nem sei como sobrevivi ao que não tinha a menor chance de dar certo. Mas, saber que ainda estou aqui, me faz entender que a dor de agora também vai passar. E que olharei pra ela, mesmo que no futuro, como um momento bom. Só mais um. Pois a minha amiga, a que me apresentou aquele cara com foto linda na praia, veio me contar que ele falou de mim no último final de semana. Que queria, se tivesse tido forças, ter ficado comigo. Tinha certeza do dar certo. Mas, precisava tentar. Apesar de estar infeliz. Precisava tentar.

Eu sinto tanto por ele, sabe? Porque era um cara legal. E por ele dei nome pra planta, fiz playlist – que nunca apaguei – pesquisei sobre viagem dos sonhos e até, visitei apartamento de banheira azul, pra termos malas na sala, vindas da Itália, em uma viagem que ele disse que um dia ainda iriamos fazer. Confesso, pensar nisso, assim no meio de uma tarde chuvosa de sexta, me dá a sensação de que aconteceu em outra vida. Em outros tempos. Com outra pessoa, que não eu. Não sou mais aquela. Não sou mais a de ontem. Sou sempre a busca. Nem sempre encontro. Muitas manchas roxas do esporte novo e brilho no olhar. Deixei a coca zero na geladeira. Por meses. Meses.

Uso sete anéis. Número cabalístico, dizem. E cinco deles, são de coração. Se isso se explica, não sei. Mas que amor é algo que transborda, inclusive pelos dedos, não tem como negar. Eu amo quando escrevo. Deixo em cada letra batida, nesse teclado, com farelo de biscoito, pedaços do meu coração. E faz tum tum. Igual a compasso marcador de acordes de violão. Em ritmo meu. Vermelho meu. De um jeito muito particular. Que o meu amor é intenso, livre, denso, e manda gifs de gatinho. Pra ter vontade de beijar a barriga. Domar o instinto. Ronronar no peito. E olhar profundo. Miau!

E não, aquele carinha gato que parecia ser um mar de possibilidades, não virá pra ficar. Já soube que não tem desejo de felicidade ali. E me jogar em amor liquido, mais um, não me satisfaz. Então, enquanto ouço pagode, mexo os pés, lembro de quando dançava coladinha a um ex namorado, que tinha o ombro com o encaixe perfeito, torço pra que um dia seja mais mansidão. Que eu tenha equilíbrio pra amar, mesmo que com força. Que acredite, ainda que seja difícil, que o problema nem sempre é meu. E que continue fazendo brigadeiro. Eu conquisto com comida, afeto, sorriso franco, e espelho. Sou vidro transparente. Reflito. 

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