Acho que todo mundo esta precisando transar
O rapaz tocando sanfona no metrô. Seu mapa astral. O
livro que é revolução. A mesa de bar. Os encontros que são presente. A potência
de sentimentos que não se explicam. A data comemorativa. E na música diz: “ Eu
só sei dizer que te amo, te amo demais”. Promessas não feitas. Bolo de Aipim.
Perfume quase no fim. Cuba, salsa e suor – que escorre feito sereno em folha de
cor viva. Convites inusitados. Apelidos em grupo que é só acolhimento. Abraço apertado.
E a frase: “ estou comprando uma coisa pra Ro, mas ela é a cara de todas nós”.
Faço listas. Desenho casas, nuvens e janelas com cortina. Brinco
de amarelinha. Pego molho a mais do sanduíche. Digo no grupo de família, em
meio a briga política, que está todo mundo precisando transar. INCLUSIVE EU. Que
de verdade são feitas as relações. Mas a ilusão, essa Lolita marota e cheia de véus,
as vezes insiste em nos enganar. A gente deixa. A gente entra sabendo que vai
se ferrar. A gente procura a dor. Pra sentir com intensidade. Pra planejar
biscoitos em formato de coração. Fazer a mala. Se olhar e aceitar. Fluir feito
rio que não dá pra segurar. “Estou me deixando levar”.
Encho um potinho. Separo porções. Faço dupla. Fotografo
pessoas na rua. Sento no banco. Na calçada. Pego sol da tarde. Ganho Workshop
de análise de cores. Fico em ligações até de madrugada. O tempo voa. E isso me
assusta. Porque eu tenho medo de ser avassalador. Onde vou me segurar? Quero pegar
areia da praia. Cheiro, toque, suor, calor. Que é Iemanjá a dona do mar. Que você
mergulha. Que eu quero nadar. Pra trazer conchinha. Beijar golfinho. Fugir de
água viva. Fazer castelos. Com muros baixos. Mas firmes, pra que eu entre sem
que faça ruir.
Tem ameixa no pote da mesa. Eu adoro azeitona. E pra sempre,
vou associar. Porque as vezes duvido qual pílula tomar. Vermelha? Azul? Meu cachorro
era Zion. E o dia que o levei pra adoção, eu senti tanta, mas tanta dor, que me
prometi nunca mais me deixar ter outro bicho de estimação. Que o Amor as vezes
machuca tanto, que o muro que você constrói pra não mais se machucar, te
esconde de todo resto. Você plana e me diz: “ você mexe comigo. E tem muito
tempo que não sinto isso”. Enquanto isso, balanço os pés. Amoleço. Desço pela
parede. E viro poça d ´agua. Mergulhada. Que eu sou feita de entrega.
Que legal te ver de volta. Muita luz e paz no seu caminho.
ResponderExcluirHelena, obrigada <3
ExcluirÉ um recomeço. Trajeto que se desenha pra colocar pra fora tudo o que aqui não cabe.
Obrigada por me acompanhar nesse caminho <3