Tem tantas coisas que você não pode ser.



Tem tantas coisas que você não pode ser.

Não pode ser segura. Não pode ser sensível. Não pode ser rude. Não pode ser atirada. Não pode ser muito puritana. Não pode falar alto. Nem muito baixo. Não pode gargalhar escandalosamente, até chorar de tanto rir. E não pode, também, chorar por qualquer coisa.

Você não pode saber mais, nem menos. Não pode falar com todo mundo e nem dizer que gosta ou ama. Tem que dificultar o passe, se valorizar, viu? Não pode sair com um cara sem achar que é pra casar. E, principalmente, não pode querer casar. Isso assusta e você vai acabar sozinha.

Lembre-se, lady na mesa e puta na cama. Jamais faça o contrário, por favor. É crime inafiançável. Beber cerveja em mesa de bar? Não! sair com as amigas pro samba? Na nani na não. No máximo, crochê com as amigas, um curso de culinária ou alguma terapia ocupacional. Que essas coisas são coisas de mulher.

Cuidado com a roupa. Com a autoestima. Com o que você anda lendo, comendo, ouvindo. Essas coisas podem mudar sua cabeça e levar pra uma caminho não tradicional. Afinal de contas, você nasceu e existe pra ser mãe, esposa, contida e de família. Que moça de família é muito mais valorizada.

Falar palavrão é coisa de piranha. Rebolar até o chão, coisa de piranha. Chamar um cara pra sair, coisa de piranha. Dar na primeira noite, coisa de piranha. Sorrir porque achou um cara bonito, coisa de piranha. Ser piranha não pode, apesar delas serem tão procuradas (e serem felizes com as suas escolhas. Nem todas, a gente sabe, mas estou me dando o direito de generalizar por aqui), pelos maridos, namorados, noivos e afins que andam por ai defendendo a moral e o bom costume.

Você não pode ser livre. Não pode ser livre.

Tatua isso aí na testa, tá? Que é pra olhar todo dia e lembrar.  É importante!

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