Sinto saudade do que ainda não vivi
Confessa, eu gosto de ouvir o que tem ai dentro desse
castelo de areia, envolto em muros de fortaleza intransponível.
Infiltro, feito água pingando. Aos poucos. Gota a gota. Pra completar.
Ou pra solidificar o que você tenta fazer não desmoronar.
Faça um teste. Areia e água. Une. Firma. Dá até pra fazer
escultura. Acredite. E se não acreditar,
me deixa te mostrar? Eu sei que deixa. Eu sei!
Saber é o primeiro passo pra acalentar coração. Pra pertencer
mesmo distante. Pra comer chocolate e me deliciar, sorrindo pra você.
Quando eu digo: “ Vou fuder seu juízo e enlouquecer você”. É
a maior verdade que poderia dizer.
Ato os nós. Dou instruções. Prometo realizar desejos. Programo
detalhes. Anseio. Confesso, só depois de você confessar. Porque os muros são
universais. E medos existem embaixo da cama, no canto do armário e em sintonias
escrotas, que acontecem do nada. Que são indícios e constatações. Depende de
como nos dispomos a ver. Você vê. E vejo você!
Cozinha pra mim? Come. Me. Vou fazer pudim. E ouvir você
falar de tudo. Repetir meu nome, mil vezes, a cada início de frase, como você
faz. Eu já tentei entender. É pra afirmar? Ou o som é casa? Casa, não. É
pretensão demais. Sou libra com ascendente em sagitário. Vênus em virgem. É coisa
pra caramba. Você vai aguentar? Profundeza é convite pra mergulho. A água é
quentinha. Mas conforta e, ainda assim, dá frio na espinha. Porque é encontro. Daqueles
raros. Que não tem como pagar. Me mostra a passagem?
Escrevi um bilhete. Te mostrei. Andando de um lado pro
outro, perplexa. Acreditar é perigoso. Pode machucar. E intensidade é pra
misturar no prato do almoço. Você paga o preço na saída, de acordo com a
balança. Foi demais? Digere. Mas não economiza. Só vive. É importante. Será!
Eu sinto saudade do que ainda não vivi. Sentimos! Vem!
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