vou dançar pra você.



Me deixa te ver?

Quero pular o muro.
Que fronteiras e barreiras servem pra fechar caminho e possibilidades.
O medo da altura. A fratura exposta na queda. O cachorro que pode correr atrás de você.
Será que ele morde? Ficará marca? Você será capaz de lidar?
O que não se conhece dá receio. Que o outro é mar. Tempestade, ondas revoltas, calmaria.
Tudo ao mesmo tempo, ou não. E isso é absolutamente bom.

Querer é se desnudar. Dança dos sete véus. Tirados, um a um.
É mostrar a fragilidade do desejo. Deixar o coração aberto. O feijão no dente. Água gelada em corpo febril. Barriga pra cima, de gato que lambe o corpo pra se limpar. Pra se limpar. E pertencer. Ser.

Passe a mão no meu ombro.
Desça enquanto fecho os olhos. E sinta.
Arrepio que é reação e indicativo.
Entenda o recado.
Sopre minha nuca. Ouça minha respiração.
Transborde. Me olhe nos olhos.
Vou dançar pra você. Então segure minha mão.
Leve. Receba. Sinta o gosto do que é particular e inebriante.
E me beije. Pra que também seja meu o que na verdade já é.

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