Seis meses depois!

Que o que você pensa que é fim, quase sempre é, recomeço.

A luz te alcança, mesmo que você tenha períodos onde ache que não dará conta. Que ache que não terá mão capaz de te levantar. Que a dor seja tão grande e tão profunda, que você não vê como fará pra continuar respirando. Continuar caminhando. Continuar seguindo. Pois não existem forças. Não existem caminhos. Só existe o que te foi tirado. E o medo do novo!

E os dias avançam. E você respira, pira, chora, fica muito puta com toda a sacanagem que esta acontecendo. E se pergunta: " porra, por que isso foi acontecer logo comigo?". E tem raiva, mágoa, ira, vontade de arquitetar todas as vinganças do mundo. E vai comer um miojo, que é a única coisa que desce, que estômago também sente essas coisas. E se fecha, feito gato ciumento que se esconde embaixo da cama. 

Ouve uma música, que é sempre bálsamo. Olha pra tudo desarrumado. Lembra do frio e do cheiro das ruas limpas. Dos amigos incríveis. Das salas de aula e de tudo de incrível que viveu. Sente falta, agradece, quer de volta e sabe que não terá mais. E como lidar? Como digerir, a força e fórceps, o que você jamais achou que aconteceria? Porque não tem pilão que amasse e coloque pra dentro toda essa merda. Mesmo depois de tanto tempo. Mesmo depois de tudo. Mesmo, depois.

Ai, os dias ficam mais claros. Mesmo que doa, viu?
Ficam mais fáceis. Ficam mais leves. E você sorri. Ganha abraço amigo. Conhece pessoas novas. Vai pro samba. Se apaixona e desapaixona, num piscar de olhos. Faz novos amigos. Tira fotos lindas. Dorme em cama que não é sua. Se abre pro novo. Encontra outras realidades. Se reconecta com quem você é, gosta, sonha, e sente falta. Sempre sentiu. Que banho de banheira em casa de amiga linda é de fazer milagres. Acredite. 

Então, seis meses depois, você ainda é pedaços. Mas tá quase inteira. E segue uma linha traçada com giz, que já é quase imaginária, pois chuva forte já lavou a rua. E sai dessa linha, em vários momentos. Porque quer viver com força, intensidade e curiosidade. Brilhar sob a luz da lua, da noite e do mar agitado é de uma poesia deliciosa. E você quer mergulhar e nadar nas possibilidades.

Que ser livre é doloroso, grandioso e precioso. Assim, como, o que você quer pra você.

E o que eu quero, é SER!

Leve, linda, intensa, forte, cheia, voluptuosa, soberba, safada, rude, querida...

São só palavras. Mas... SÃO!

SOU!