Eu outonei, pra ser luz e brilhar!


Quando voltei de Lisboa, era Outono. O tempo lindo, a neblina fresca e as folhas de três pontas, que um dia achei que virariam quadro, espalhadas por cada canto da cidade. Abandonei o outono com tristeza, a mesma que me feriu profundamente ao abandonar o sonho da minha vida. Mas fiz o que era possível. Fiz o que era preciso e segui!

Agora, o outono chegou por aqui. Nesse novo velho lugar. Nessa nova e inteira vida.  

O outono, que pra mim é pura poesia, tem uma luz linda. Já prestou atenção? Tudo fica mais bonito no outono. Tudo fica mais bucólico no outono. Tudo fica mais e mais. E acho que nem precisaria dizer ou confessar, é a minha estação preferida. A luz do sol, as mudanças na natureza, o morrer, se recolher, para depois renascer. Que é o ciclo mais lindo que poderia haver.

Porque outono deveria ser verbo (eu outonei, você outona minha vida, vamos outonar hoje?), ou então, adjetivo.  Imagina alguém dizer: Ela é outono da cabeça aos pés.  Ou, esse jeito dela de outono é assustador, lindo, maravilhoso -  o que você preferir. Pois aqui, apesar de ser a moda da casa, a gente faz como o cliente pedir.

Me vejo em verso, e escuto Silva cantar Marisa: “ inda lembro o que passou, eu você em qualquer lugar, dizendo aonde você for eu vou”. E o olho, fechando de sono, resolve abandonar a caneta e o papel. Porque o outono também é deixar ir, até de novo florescer.



Comentários

Postagens mais visitadas