Coraticum. Ou o caminho que não tem volta!



Tem um tempo que li sobre cada um ter uma palavra só “sua”. Que te defina. Que te guie. Que seja a palavra que move a sua vida. Aquela que não tem como não se identificar, sabe? E fiquei por muito tempo pensando em qual seria a minha. Escolhi coragem. Que é palavra forte, densa, cheia de lanças de guerra, lugar no fronte e muita cara a tapa, que é das coisas que já dei demais na vida. 

A palavra coragem vem do Latim, CORATICUM e significa: Ação que vem do coração. Quando escolhi essa palavra como sendo a MINHA, anos atrás, não tinha ideia do significado. A não ser associar a força, medo, ao seguir em frente, e enfrentar o que não se tem como correr.

Ao descobrir que coragem é uma ação que vem do coração, além de chorar, porque sou mar aberto, entendi que não tem outra palavra no mundo que possa ter mais a ver com quem sou. Porque sou tão coração aberto, corajoso e desejoso de felicidade, que apesar de todas as flechas transpassadas, eu acredito. Eu sigo!

Existe alternativa além de seguir em frente?

Pra você pode ter. Você pode se esconder. Pode se focar em comer todos os brigadeiros do mundo. Pode sair e dançar todos os dias até de manhã, pra se perder nas luzes que não iluminam absolutamente nenhum pedacinho seu. Pode ler pra se envolver em outras estórias, das que não te machucam. Pode brincar de bolhas de sabão (me chama?), abraçar árvores, caminhar pra ter caminho e terra firme, nem que seja breve.

Você pode ouvir música o dia todo. Pode escrever pra desopilar e transbordar. Pode substituir a falta, a ausência, o medo, por falsos apoios. Inclusive, cuidado, que se apoiar em braços rasos causam quedas dolorosas, viu?

Você pode escolher muitas, muitas alternativas. Mas eu, não. Porque já tentei todas elas e não me bastam. Jamais bastaram. O que é coisa triste de se dizer.

Então te pergunto: quer saber onde mora o amor? Ou era de coragem que se falava por aqui?
Eu te digo, ele mora na coragem. Mora na vontade, na busca, no brilho no olhar. Mora em casas grandes e arejadas, mas nem sempre. Porque as vezes ele tá lá, no quartinho miudinho, onde a gente guarda os cacarecos, e aproveita pra esconder o pobre coitado, que amor não é coisa pra se florescer em qualquer estação.

E a coragem, que é palavra que quero tatuar no corpo, não me dá alternativas. Ela me obrigada a ir. Ela me obriga a enfrentar. Ela me obriga a pegar os cacos, tomar uns tragos e sorrir, porque é pra frente que a gente tem que ir. Mais forte, mais leve, mais experiente, e obrigatoriamente, mais feliz.

Vamos?

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