Sobre ser mais. Cuidado, viu? Ou Foda-se!


Conheço muitas, muitas mulheres fortes. E a sensação que tenho, é que elas não o podem ser. Que é um martírio, um peso, algo com o qual se tem que lidar, porque é inerente, mas não, bem-vindo. Até porque, a mulher precisa ser menos. Precisa do braço estendido, do provedor que é foco, e resultado, de qualquer escolha que ela possa vir a fazer na vida.


Conheço quem tenha medo de ser melhor. Inclusive, conversava sobre isso com uma amiga, essa semana. “Como assim eu posso querer ser mais? Ler, desenhar, tocar um instrumento, fazer um esporte, ser viajada, engraçada, inteligente e ainda tomar cerveja, mais que um cara qualquer que resolva querer estar do meu lado? ”


Ser forte parece, na maioria dos casos, ser sinônimo de dor. De ser profunda, de ser entregue, de não ter medo da morte, (ou ter e, ainda assim, seguir em frente, de cabeça erguida, rumo ao que não se pode evitar), muito menos, das entregas furtivas, e quem sabe um dia, inteiras, que noites mal dormidas exigem.

Dormir é pros fracos!

Quem é mulher forte, passa a noite em claro, pensando em como e quando errou. Porque, quase sempre, ela acaba acreditando que o erro foi dela. E olha, quase nunca é. Ou se é, é soma de erros de ambos, que não são divididos. Só colocados em costas que aguentam melhor as culpas.

Mesmo que bata no peito, grite aos quatro cantos e esbraveje sobre se bastar, ninguém de fato se basta. Então o medo da solidão, esse ser sombrio, de olhos sem cor e cheiro de coisa guardada, faz com que se tenha pavor, receio e dúvida quanto a ser melhor. Independente do que ser melhor possa significar.

Porque ser melhor, quase sempre é ser só. E barco sem rumo, perdido no mar, assusta pelas possibilidades de tormenta. Mas, também, é livre pra ver pôr do sol imaculado, daqueles que só se vê, ao ser mais. 


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